PLÁSTICO
Condenado pelos ecologistas quando o assunto é embalagem descartável, o plástico obtém sua redenção no setor de móveis graças ao tempo de vida útil do produto. Trocando em miúdos: o problema não está no material, e sim na sua utilização. O plástico é um derivado de petróleo, mas apenas 4% da produção mundial do combustível é usada na sua fabricação.
[img01] A boa notícia é que, entre os tipos de plástico empregados na indústria de mobiliário, a maior parte é reciclável. "Trata-se de um processo limpo", afirma Luís Illanes, da indústria catarinense Freso, que fabrica a poltrona Jocker, de polietileno. "No final da rotomoldagem, sobra uma casca de plástico parecida com uma borda de pizza. Esse resíduo é moído e volta ao processo para ser aproveitado em peças menos nobres", explica. Entretanto, o uso do plástico para a fabricação de móveis de design no Brasil ainda é restrito - diferentemente do que acontece na Itália, por exemplo. Mais conhecidas entre nós são as cadeiras e mesas de plástico branco vendidas em supermercados e muito comuns em áreas externas. Elas são feitas de polipropileno, um material 100% reciclável, que costuma durar muito desde que não sofra quebras por mau uso e excesso de peso.
Em resumo: por ter vida longa e ser reciclá-vel, o plástico é um material apropriado à fabricação de móveis. O mesmo não se pode dizer das embalagens plásticas descartá-veis.
"Vassouras, carpetes, solados de sapato, e outros objetos de nosso cotidiano são feitos
de plástico reciclado e ninguém se dá conta"
Silvia Rolim, da Plastivida, associação que estuda a relação do plástico com o meio ambiente
PEDRA
Um dos preceitos básicos da arquitetura sustentável é aproveitar os materiais disponíveis próximo à obra. Portanto, em locais com pedra em abundância, utilizá-la é um procedimento adequado. No entanto, o impacto causado pela extração e pelos resíduos gerados em seu processamento requer cuidados. O maior problema da mineração de rochas ornamentais, de acordo com Tânia de Oliveira Braga, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT), é a movimentação de grandes quantidades de terra.
[img02] O processo de extração é ainda mais impactante quando feito em blocos, como no caso do granito. "Sobram muitos pedaços de rocha que não têm uso." Já numa lavra de mármore bem conduzida, a quantidade de sobras é menor. Esse tipo de pedra também leva vantagem em relação ao granito no aproveitamento das sobras, que são moídas e usadas na agricultura, como corretivo do solo. Depois de extraídos, os blocos de pedra vão para as serrarias, onde são cortados em placas, e a seguir para as marmorarias, de onde saem como revestimentos, tampos e bancadas. Nessas etapas, o ponto crítico é o destino da chamada polpa, uma mistura formada pelo pó resultante da serragem e do polimento e pela água consumida nesses processos. Se liberado na natureza sem tratamento, esse material pode turvar e assorear os cursos d'água próximos.
Em resumo: o setor de pedras ornamentais ainda está se organizando na busca da certificação. Por enquanto, não é possível ter certeza de que o produto que compramos foi extraído e processado de acordo com as leis ambientais.
"A mineração inadequada das rochas provoca um grande movimento de terra. Estamos batalhando para criar uma certificação que garanta extrações apropriadas"
Tânia de Oliveira Braga, geóloga do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT)
MADEIRA
A garantia de origem da madeira mais reconhecida é o selo FSC (Conselho de Manejo Florestal). Estampado numa peça, atesta que a árvore veio de uma floresta manejada de forma adequada - seja ela nativa, seja plantada (caso de eucalipto, pínus e teca). É, sem dúvida, a melhor opção para quem procura consumir de forma consciente. Porém, quando o assunto são chapas de madeira reconstituída, instala-se a polêmica. Tudo por causa da resina usada na prensagem do material. "Essas chapas são aglomeradas com um produto à base de formaldeído e emite substâncias tóxicas que agridem a saúde do operário", diz Márcio Augusto Araújo, do Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica (Idhea).
[img03] Ele afirma ainda que depois de prontas elas continuam liberando fenol no ambiente. Cada vez mais usados na fabricação de móveis, o aglomerado e o MDF de fato contêm uma resina com essa substância, mas a indústria rebate a informação de que esses produtos causam danos à saúde. Segundo Edison Rocco, da Duratex, os níveis de emissão são baixos e não existe estudo que comprove os efeitos nocivos. Além disso, segundo ele, mais de 90% das chapas produzidas pela empresa, cuja matéria-prima leva o selo do FSC, são revestidas de laminados plásticos, o que reduz a liberação da substância. Um dado importante nessa discussão é que, segundo uma norma européia, as chapas são classificadas em duas categorias, de acordo com os níveis de emissão de formol. No Brasil, a comum é a de maior emissão (característica não informada ao consumidor), mas o mercado externo só aceita a de baixa emissão.
A americana U. S. Environmental Protection Agency relaciona o formaldeído liberado por produtos de madeira prensada como uma das fontes de poluição em ambientes internos. Para combatê-la, recomenda ventilar a casa após a aquisição de móveis feitos com as chapas. Entre os problemas relacionados à ex-posição, estão a irritação de olhos, nariz e garganta, além de alergias. Recentemente, a Organização Mundial da Saúde, com sede na França, incluiu o formaldeí-do na lista de produtos cancerí-genos. "A indústria precisa buscar alternativas livres dessa substância", alerta Francisco Kulcsar, da Fundação de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro).
Em resumo: dê preferência à madeira maciça com o selo do FSC. No caso da chapa de MDF, compensado e aglomerado, exija o produto com baixa emissão de formaldeí-do.
"O MDF certificado é uma boa alternativa ecológica. Porém é nossa obrigação cobrar que a indústria passe a utilizar colas e resinas atóxicas na fabricação do produto"
Sérgio Fahrer, autor da cadeira Bumerangue
CERÂMICA
Há 50 anos, quando as primeiras indústrias começaram a produzir azulejos no Brasil, não existia a consciência ecológica que temos hoje. Elas retiravam a argila nas várzeas de rios e, quando já não havia mais nada para extrair, deixavam láum buraco. A partir dos anos 90, tudo mudou. "Em parte por consciência da própria indústria e em parte por causa das multas aplicadas pelos órgãos competentes", diz Anselmo Boschi, da Universidade Federal de São Carlos, SP. "Hoje, exige-se a recomposição total da mata nativa antes de a empresa abandonar o lugar", conta.
[img04] Nesse meio tempo, o Brasil se tornou o quarto maior produtor de pisos e azulejos do mundo e, como grande exportador, tem de cumprir normas internacionais e ficar atento à melhor tecnologia disponível. A grande preocupação do setor hoje é com o consumo de água. "O líquido é usado como matéria-prima e também auxilia na limpeza", informa Mariezi Olivo de Brida, coordenadora de meio ambiente da Eliane. Trata-se de verdadeiros rios que circulam diariamente pelas linhas de produção. De todos os tipo de revestimento, o porcelanato é o que vai com mais sede ao pote. O alto brilho desse material é obtido por meio de um polimento feito com pedras abrasivas e muita, mas muita água — cerca de dez vezes mais que a cerâmica comum. A boa notícia é que, em ambos os casos, 80% do volume volta limpo para o processo. O restante é descartado em rios - alvos constantes de monitoramento das empresas.
Em resumo: nossa produção atende a critérios ambientais internacionais. A boa relação com a natureza é garantida pela fiscalização de órgãos como a Fatma (SC) e o Cetesb (SP).
"Nos últimos dez anos, a indústria cerâmica brasileira caminhou a passos rápidos e estáperto de atingir uma produção totalmente limpa"
Anselmo Boschi, professor de engenharia de materiais da Universidade Federal de São Carlos, SP.
AÇO INOX
O aço inox tem desvantagens: requer muita energia para ser produzido e é caro. Por outro lado, tem muitas vantagens: É um material durável, atoxico e reciclável. Na indústria de móveis, desponta como a melhor opção para substituir o acabamento cromado, que, além de causar maior impacto ao meio ambiente, tem uma vida útil breve. "No passado, optava-se pelos móveis cromados em função do brilho. Hoje existe o aço inoxpolido, com a aparência semelhante", explica Sônia Colapietro, diretora da Arredamento.
[img05] No confronto entre o aço e o cromado, é o preço que acaba pesando na decisão dos consumidores. Apesar de custar mais, na opinião do designer Geraldo Coelho, o aço inox acaba ficando mais barato, pois dura a vida inteira e é menos agressivo. Normalmente executado por empresas pequenas e sem políticas ambientais, o processo de cromação produz resíduos tóxicos que são jogados diretamente no esgoto. Além disso, libera fuligem, que compromete a saúde dos trabalhadores.
É nesse contexto que ganha força a alternativa do inox. "Os utensílios desse material nunca se transformam em lixo porque são 100% recicláveis", afirma Arturo Maceiras, diretor do Núcleo Inox, associação que reúne integrantes da cadeia produtiva. Segundo ele, 60% do aço inox produzido no Brasil é obtido de material reciclado. O interesse pelo reaproveitamento é explicado pelo alto valor de mercado de dois de seus componentes: o níquel e o cromo. Na fábrica da Acesita, único produtor brasileiro de chapas de aço inox, o sistema de controle de emissões nas chaminés e o tratamento da água antes do descarte final garantiram à empresa a certificação ambiental ISO 14001.
Em resumo: apesar de caro, o aço inox é uma opção melhor que o acabamento cromado por dois motivos: dura muito mais e tem um processo de fabricação limpo.
"Aço inox é mais caro que acabamento cromado. Sua relação custo/benefício, porém,
é infinitamente melhor"
Geraldo Coelho, designer e professor da Universidade Fumec, de Belo Horizonte
VIDRO
"O vidro é praticamente insubstituível na arquitetura graças a sua elevada resistência e por ser o melhor material para garantir uma iluminação natural", afirma Márcio Augusto Araújo, do Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica (Idhea). A favor do material pesa também o fato de que a maioria dos tipos de vidro é reciclável.
[img06] Além disso, suas principais matérias-primas (areia, barrilha e calcário), embora sejam recursos naturais não renováveis, existem em abundância na natureza e não correm o risco de desaparecer. Já o alto consumo de energia é uma desvantagem, que pode ser amenizada com a substituição da eletricidade pelo gás natural e também pela própria reciclagem. "Além de poupar matérias-primas naturais, a reciclagem utiliza menos energia no forno de fusão", informa Fernando Salinas, da Cebrace, pioneira no Brasil na fabricação de vidros planos. Segundo ele, nos últimos dez anos essa prática cresceu cerca de 200% no país.
Bastante comum dentro de casa, os vidros planos (incluindo os temperados e os laminados) são normalmente usados em janelas, boxes de banheiro, tampos de mesa e espelhos. "Eles têm uma vida útil longa por causa da boa estabilidade química e física em condições ambientes", acrescenta Humberto Yoshimura, pesquisador do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo.
Em resumo: a reciclagem e a utilização de gás natural - em substituição à energia elétrica - tornam o vidro um material cada vez mais adequado do ponto de vista ecológico.
"Com 1 kg de vidro quebrado é possível fazer 1 kg de vidro novo, sem perdas"
Fernando Salinas, fabricante de vidros planos
PLÁSTICO
Condenado pelos ecologistas quando o assunto é embalagem descartável, o plástico obtém sua redenção no setor de móveis graças ao tempo de vida útil do produto. Trocando em miúdos: o problema não está no material, e sim na sua utilização. O plástico é um derivado de petróleo, mas apenas 4% da produção mundial do combustível é usada na sua fabricação.
Divulgação
Poltrona Jocker, de Heitor Écreli e Célio Teodorilo.
A boa notícia é que, entre os tipos de plástico empregados na indústria de mobiliário, a maior parte é reciclável. "Trata-se de um processo limpo", afirma Luís Illanes, da indústria catarinense Freso, que fabrica a poltrona Jocker, de polietileno. "No final da rotomoldagem, sobra uma casca de plástico parecida com uma borda de pizza. Esse resíduo é moído e volta ao processo para ser aproveitado em peças menos nobres", explica. Entretanto, o uso do plástico para a fabricação de móveis de design no Brasil ainda é restrito - diferentemente do que acontece na Itália, por exemplo. Mais conhecidas entre nós são as cadeiras e mesas de plástico branco vendidas em supermercados e muito comuns em áreas externas. Elas são feitas de polipropileno, um material 100% reciclável, que costuma durar muito desde que não sofra quebras por mau uso e excesso de peso.
Em resumo: por ter vida longa e ser reciclá-vel, o plástico é um material apropriado à fabricação de móveis. O mesmo não se pode dizer das embalagens plásticas descartá-veis.
"Vassouras, carpetes, solados de sapato, e outros objetos de nosso cotidiano são feitos
de plástico reciclado e ninguém se dá conta"
Silvia Rolim, da Plastivida, associação que estuda a relação do plástico com o meio ambiente
PEDRA
Um dos preceitos básicos da arquitetura sustentável é aproveitar os materiais disponíveis próximo à obra. Portanto, em locais com pedra em abundância, utilizá-la é um procedimento adequado. No entanto, o impacto causado pela extração e pelos resíduos gerados em seu processamento requer cuidados. O maior problema da mineração de rochas ornamentais, de acordo com Tânia de Oliveira Braga, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT), é a movimentação de grandes quantidades de terra.
Luis Gomes
Pedras pizarra revestem a sala de jantar projetada por Fabiana Avanzi e Tininha Loureiro.
O processo de extração é ainda mais impactante quando feito em blocos, como no caso do granito. "Sobram muitos pedaços de rocha que não têm uso." Já numa lavra de mármore bem conduzida, a quantidade de sobras é menor. Esse tipo de pedra também leva vantagem em relação ao granito no aproveitamento das sobras, que são moídas e usadas na agricultura, como corretivo do solo. Depois de extraídos, os blocos de pedra vão para as serrarias, onde são cortados em placas, e a seguir para as marmorarias, de onde saem como revestimentos, tampos e bancadas. Nessas etapas, o ponto crítico é o destino da chamada polpa, uma mistura formada pelo pó resultante da serragem e do polimento e pela água consumida nesses processos. Se liberado na natureza sem tratamento, esse material pode turvar e assorear os cursos d'água próximos.
Em resumo: o setor de pedras ornamentais ainda está se organizando na busca da certificação. Por enquanto, não é possível ter certeza de que o produto que compramos foi extraído e processado de acordo com as leis ambientais.
"A mineração inadequada das rochas provoca um grande movimento de terra. Estamos batalhando para criar uma certificação que garanta extrações apropriadas"
Tânia de Oliveira Braga, geóloga do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT)
MADEIRA
A garantia de origem da madeira mais reconhecida é o selo FSC (Conselho de Manejo Florestal). Estampado numa peça, atesta que a árvore veio de uma floresta manejada de forma adequada - seja ela nativa, seja plantada (caso de eucalipto, pínus e teca). É, sem dúvida, a melhor opção
Tudo por causa da resina usada na prensagem do material. "Essas chapas são aglomeradas com um produto à base de formaldeído e emite substâncias tóxicas que agridem a saúde do operário", diz Márcio Augusto Araújo, do Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica (Idhea).
Eduardo Delfim
Cadeira Bumerangue, de autoria de Sérgio Fahrer: MDF revestido de lâminas de pau-violeta e carvalho.
Ele afirma ainda que depois de prontas elas continuam liberando fenol no ambiente. Cada vez mais usados na fabricação de móveis, o aglomerado e o MDF de fato contêm uma resina com essa substância, mas a indústria rebate a informação de que esses produtos causam danos à saúde. Segundo Edison Rocco, da Duratex, os níveis de emissão são baixos e não existe estudo que comprove os efeitos nocivos. Além disso, segundo ele, mais de 90% das chapas produzidas pela empresa, cuja matéria-prima leva o selo do FSC, são revestidas de laminados plásticos, o que reduz a liberação da substância. Um dado importante nessa discussão é que, segundo uma norma européia, as chapas são classificadas em duas categorias, de acordo com os níveis de emissão de formol. No Brasil, a comum é a de maior emissão (característica não informada ao consumidor), mas o mercado externo só aceita a de baixa emissão.
A americana U. S. Environmental Protection Agency relaciona o formaldeído liberado por produtos de madeira prensada como uma das fontes de poluição em ambientes internos. Para combatê-la, recomenda ventilar a casa após a aquisição de móveis feitos com as chapas. Entre os problemas relacionados à ex-posição, estão a irritação de olhos, nariz e garganta, além de alergias. Recentemente, a Organização Mundial da Saúde, com sede na França, incluiu o formaldeí-do na lista de produtos cancerí-genos. "A indústria precisa buscar alternativas livres dessa substância", alerta Francisco Kulcsar, da Fundação de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro).
Em resumo: dê preferência à madeira maciça com o selo do FSC. No caso da chapa de MDF, compensado e aglomerado, exija o produto com baixa emissão de formaldeí-do.
"O MDF certificado é uma boa alternativa ecológica. Porém é nossa obrigação cobrar que a indústria passe a utilizar colas e resinas atóxicas na fabricação do produto"
Sérgio Fahrer, autor da cadeira Bumerangue
CERÂMICA
Há 50 anos, quando as primeiras indústrias começaram a produzir azulejos no Brasil, não existia a consciência ecológica que temos hoje. Elas retiravam a argila nas várzeas de rios e, quando já não havia mais nada para extrair, deixavam láum buraco. A partir dos anos 90, tudo mudou. "Em parte por consciência da própria indústria e em parte por causa das multas aplicadas pelos órgãos competentes", diz Anselmo Boschi, da Universidade Federal de São Carlos, SP. "Hoje, exige-se a recomposição total da mata nativa antes de a empresa abandonar o lugar", conta.
Luiz Roberto Pereira
Área de serviço revestida de piso e azulejos cerâmicos.
Nesse meio tempo, o Brasil se tornou o quarto maior produtor de pisos e azulejos do mundo e, como grande exportador, tem de cumprir normas internacionais e ficar atento à melhor tecnologia disponível. A grande preocupação do setor hoje é com o consumo de água. "O líquido é usado como matéria-prima e também auxilia na limpeza", informa Mariezi Olivo de Brida, coordenadora de meio ambiente da Eliane. Trata-se de verdadeiros rios que circulam diariamente pelas linhas de produção. De todos os tipo de revestimento, o porcelanato é o que vai com mais sede ao pote. O alto brilho desse material é obtido por meio de um polimento feito com pedras abrasivas e muita, mas muita água — cerca de dez vezes mais que a cerâmica comum. A boa notícia é que, em ambos os casos, 80% do volume volta limpo para o processo. O restante é descartado em rios - alvos constantes de monitoramento das empresas.
Em resumo: nossa produção atende a critérios ambientais internacionais. A boa relação com a natureza é garantida pela fiscalização de órgãos como a Fatma (SC) e o Cetesb (SP).
"Nos últimos dez anos, a indústria cerâmica brasileira caminhou a passos rápidos e estáperto de atingir uma produção totalmente limpa"
Anselmo Boschi, professor de engenharia de materiais da Universidade Federal de São Carlos, SP.